AS VOZES, 2014



Antes de Dead Pool, Ryan Reynolds era só mais um rostinho bonito em Hollywood. Tanto é verdade que ele participou de inúmeras comédias românticas e filmes de terror de "adolescente". Não estou dizendo que ele é um mau ator, longe disso. Digo que, após Dead Pool, ele caiu nas graças do povo fazendo o que ele sempre fez de melhor: sendo ele mesmo.


Eu gostei muito de um filme que ele fez chamado RIPD, com Jeff Bridges, antes até desse aqui, As Vozes. Mas vamos focar nessa produção de terror / humor negro dirigido pela Marjani Satrapi, uma francesa nascida no irã. Além de dirigir filmes, ela é cartunista, autora de livros infantis e ilustradora. 


Jerry ( Reynolds ) trabalha na linha de produção de uma empresa de banheiras. Muito disciplinado e otimista, é um funcionário presente e trabalhador. O único problema é sua esquizofrenia. Jerry vive com Bosco ( seu cachorro ) e Sr. Whiskers ( seu gato ) num pequeno apartamento em cima de um boliche fora de funcionamento. 


Jerry, que é muito tímido, pede ajuda a sua psiquiatra para chamar uma funcionária da contabilidade para sair, a belíssima Fiona ( Gemma Arterton ). Enfim ele toma coragem, a chama, mas ela diz que vai, sem muita certeza. No dia marcado, ela resolve sair com as amigas Lisa ( Anna Kendrick ) e Alison ( Ella Smith ) para um karaokê, dando bolo em Jerry, que fica esperando até o restaurante fechar.


Triste, Jerry vai embora e, no caminho, encontra Fiona pedindo carona. Jerry para o carro e  os dois resolvem procurar algo para comer. No meio da estrada, ele atropela um veado. A batida foi tão violenta que a cabeça do bicho, ainda viva, fica dentro do carro. Aí, meus amores, o veado pede a Jerry que o mate, pois está sofrendo muito. É isso mesmo. Jerry fala com os animais.


Desesperada, Fiona corre para pedir ajuda, com Jerry atrás, pedindo para ela se acalmar. Na perseguição, Fiona acaba caindo e ele cai por cima, com a faca em seu coração. Muito triste, Jerry leva o corpo pra casa, corta os pedaços, mas mantém a cabeça, pois Fiona ainda conversa com ele. Meu Deus! Além de Fiona, Jerry conversa com o gato e seu cachorro. 


Apesar de focar no humor negro e em absurdos, o filme retrata a vida de uma pessoa com dupla personalidade. Sem tomar seus remédios, Jerry entra num mundo onde tudo é diferente. Sua casa é limpa, seus animas dão bons conselhos e ele tem uma vida aparentemente normal. Quando está tomando os remédios, Jerry vê sua casa imunda, com as fezes dos animais jogadas, a cabeça de Fiona REALMENTE morta e isso o perturba. 


Aconselhado pelos seus animas ( dublados pelo próprio Reynolds ), Jerry decide parar de tomar os medicamentos. Fiona, que agora consiste em uma cabeça dentro de uma geladeira, diz para Jerry que quer companhia. Ao mesmo tempo que tudo isso acontece, Lisa, também da contabilidade, se interessa por Jerry e o chama para sair. Seria ela a cia ideal para Fiona?


Achei um filme excelente para ilustrar, mesmo na brincadeira, que as pessoas com dupla personalidade não são más por si só. Ela é "aconselhada" pela pior parte dentro de si próprio. E os dois, mesmo inconscientemente, divergem muitas vezes. Não há nada exagerado no filme. As cenas de violência são na medida certa e Ryan está muito bom, tanto como Jerry, quanto dublando os animais. 


RR



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